Relatório Analisa Principais Desafios e Avanços no Local de Trabalho

A McLean & Company publicou o seu mais recente relatório “Employee Engagement Trends Report 2025“, que sublinha a importância de estratégias baseadas em dados para manter o envolvimento dos colaboradores num ambiente de trabalho em constante mudança. Num contexto empresarial marcado pela incerteza económica e por transformações organizacionais contínuas, o relatório identifica tanto os principais impulsionadores do envolvimento como os desafios emergentes, proporcionando estratégias concretas para construir equipas mais resilientes.

De acordo com o relatório, apesar do ambiente externo desafiante em 2024 – caracterizado pela incerteza económica global, condições voláteis do mercado laboral e transformações contínuas no local de trabalho – os níveis gerais de envolvimento mantiveram-se relativamente estáveis. Os dados recolhidos através do inquérito indicam que 62,6% dos colaboradores são categorizados como “envolvidos”, quase 2% acima dos níveis registados antes da pandemia.

No entanto, o relatório adverte que as organizações devem manter-se vigilantes. Embora as pontuações gerais de envolvimento se tenham mantido estáveis, factores-chave como o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a comunicação da liderança e as oportunidades de desenvolvimento de carreira apresentaram mudanças incrementais que, segundo os especialistas, merecem atenção proactiva.

“À medida que as pressões económicas e as incertezas do mercado de trabalho continuam, manter o envolvimento dos colaboradores requer mais do que um inquérito anual”, afirma Laura Hansen-Kohls, vice-presidente de HR Diagnostics, Advisory & Data Insights na McLean & Company. “As organizações que implementam medições contínuas e tomam acções direccionadas para colmatar as lacunas de envolvimento terão maior sucesso na retenção de talentos, no impulsionamento do desempenho e no fomento da resiliência. O envolvimento dos colaboradores é dinâmico, e as empresas que se comprometem com estratégias sustentadas e baseadas em dados ganharão uma vantagem competitiva.”

Principais conclusões do relatório:

Equilíbrio trabalho-vida ganha tracção, mas o burnout na liderança persiste

O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal registou um aumento de 1,1 pontos em 2024, sugerindo progressos na satisfação dos colaboradores com acordos de trabalho flexíveis e iniciativas de bem-estar. No entanto, os gestores continuam a reportar níveis de satisfação significativamente mais baixos em comparação com os contribuidores individuais, sublinhando a necessidade de estratégias mais robustas de apoio à liderança e gestão da carga de trabalho. O burnout na liderança continua a ser uma preocupação crescente, com os gestores a terem 1,7 vezes mais probabilidade de reportar níveis elevados de stress no local de trabalho em comparação com os não-gestores.

Pontuações de compensação total permanecem estagnadas face às preocupações com o custo de vida

Apesar das flutuações económicas e do aumento da inflação, a satisfação dos colaboradores com a compensação total manteve-se relativamente inalterada em 2024. A compensação e benefícios continuam a estar entre os factores de envolvimento com pontuação mais baixa, reforçando a necessidade de as organizações construírem uma estratégia abrangente de recompensas totais que alinhe as expectativas dos colaboradores com as prioridades organizacionais.

Lacunas de comunicação na liderança executiva persistem

Embora as organizações estejam a aumentar os esforços para agir com base no feedback dos colaboradores, apenas 53,2% dos colaboradores reportaram compreender a fundamentação por detrás das decisões executivas, um ligeiro declínio em relação aos anos anteriores. A transparência e a comunicação clara por parte da liderança sénior continuam a ser áreas críticas para melhoria, especialmente em tempos de mudança organizacional e incerteza externa.

O progresso e desenvolvimento na carreira mostra crescimento modesto, mas continua a ser uma preocupação

Os colaboradores que procuram oportunidades de progressão na carreira viram pequenas melhorias em 2024, mas as percepções de mobilidade ascendente dentro das organizações continuam a ser um desafio. O relatório destaca que os colaboradores que recebem feedback significativo dos seus gestores têm 5,7 vezes mais probabilidade de se sentirem apoiados nos seus esforços de progresso na carreira. Estabelecer percursos de carreira bem definidos, proporcionar acesso a oportunidades de melhoria de competências e fomentar uma cultura de desenvolvimento contínuo será essencial para melhorar o envolvimento em 2025 e além.

Relações entre colegas continuam a ser um forte impulsionador do envolvimento

Com 78% dos colaboradores a reportar relações positivas entre colegas, as fortes conexões entre colegas continuam a desempenhar um papel fundamental no fomento do envolvimento e da resiliência. As organizações podem aproveitar este ponto forte incentivando a mentoria, a colaboração e iniciativas de team-building que melhorem ainda mais a cultura do local de trabalho.

Principais conclusões do relatório de 2025

O estudo enfatiza o papel crítico das estratégias contínuas de escuta dos colaboradores, transparência da liderança executiva e planeamento de acções direccionadas na sustentação do envolvimento. Especialistas em recursos humanos concordam que o envolvimento não é uma métrica estática, mas um esforço contínuo que requer que as organizações se adaptem às necessidades dos colaboradores em mudança e às condições externas.

“As organizações que monitorizam activamente as tendências de envolvimento e ajustam as suas estratégias em conformidade estarão melhor equipadas para reter os melhores talentos, melhorar o desempenho e criar uma força de trabalho mais resiliente”, explica Hansen-Kohls. “As conclusões do relatório deste ano reforçam a importância de adoptar uma abordagem proactiva e centrada no humano para o envolvimento dos colaboradores.”

O documento baseia-se em dados recolhidos através de inquéritos e no relatório HR Trends 2025. Esta edição apresenta uma análise dos dados de 2024 e uma visão geral das tendências de envolvimento entre 2019 e 2024, com base em respostas de mais de 216.000 colaboradores de 236 organizações diferentes, o que confere ao estudo uma amostra significativa do mercado laboral actual.