“A Ducati é Arte sobre Rodas”: Entrevista com Marco Aurélio Mendes
O novo embaixador da Ducati em Angola partilha a sua paixão pelas motas e revela planos para fortalecer a presença da marca italiana no país
Na sequência do anúncio da nomeação de Marco Aurélio Mendes como embaixador oficial da Ducati em Angola, o Marcas em acção conversou com o executivo sobre esta nova parceria, a sua paixão pelo mundo das duas rodas e os planos para fortalecer a presença da icónica marca italiana no país.
Marcas em acção (Mea): Como surgiu a paixão pelas motas?
Marco Aurélio Mendes (MAM): A paixão pelas motas e automóveis começou muito cedo. Desde muito pequeno que delirava com tudo o que tivesse rodas e motor. Recordo particularmente um momento aos 7 anos, quando um vizinho começou a restaurar uma Mini Honda antiga [hoje conhecida como Honda Monkey]. Como era um miúdo bastante curioso, disponibilizei-me para ajudar, e daí até começar a experimentar a mota foi um passo.
Mea: Como adaptar uma marca tão icónica como a Ducati ao contexto angolano?
MAM: Na verdade, não há necessidade de adaptação. Os valores da marca estão muito bem definidos. A Ducati é uma marca icónica, prestes a comemorar 100 anos de história, e atravessa a sua melhor fase em termos desportivos e de vendas. Conduzir uma Ducati é algo muito especial – os motores em V e o design italiano criam uma experiência única nesta relação condutor/máquina.
Para muitos apaixonados, a Ducati é “Arte sobre Rodas” e até podem guardar a mota na sala [risos]. Os maiores desafios actuais prendem-se sobretudo com a desvalorização da moeda e, consequentemente, a falta de poder de compra das famílias e empresas. Por outro lado, a falta de modelos de financiamento e as taxas de juro altas dificultam a aquisição.
Nos últimos anos a Ducati foi aumentando a gama, com mais modelos de trail / aventura, a Multistrada e mais recentemente a Desert X. Estas máquinas estão perfeitamente adaptadas a uma condução e utilização em todo tipo de terreno.
Mea: O que significa ser embaixador da Ducati e como equilibrar esta função com o seu papel de administrador executivo da Aliança Seguros?
MAM: Um embaixador de marca é uma pessoa cujo perfil e conduta foi reconhecido por se identificar com os valores, missão e estratégia de crescimento da marca. Tem a responsabilidade de ser o rosto da marca na região, representá-la em eventos, produzir conteúdo e partilhar a sua experiência e conhecimento.
É perfeitamente possível conjugar com a minha actividade profissional. Eu não trabalho no concessionário, nem reparo as motas [risos]. Tenho alguns compromissos de promoção da marca e tenho que os gerir ao longo do ano como faço com muitas outras coisas, inclusive a vida familiar.
Mea: O mercado angolano está preparado para acolher a inovação tecnológica da Ducati?
MAM: Acredito que sim, tanto que comprei uma Ducati e aceitei este desafio. Temos um concessionário oficial em Luanda, capacitado para dar assistência e cumprir os padrões da marca. Além disso, os novos modelos podem ter garantia de fábrica até quatro anos, o que é um grande incentivo.
Mea: Que estratégias de comunicação específicas pretendem adotar para aproximar a Ducati dos consumidores angolanos?
MAM: Estamos a preparar conteúdo original e disruptivo, que revelará a experiência de utilização, a paixão pelas viagens de aventura e a beleza do nosso país. Vamos incluir uma componente de responsabilidade social, com conteúdo de consciencialização sobre sinistralidade rodoviária.
Mea: Como tem sido a experiência com a Multistrada V4 Rally?
MAM: Conduzi a versão V4S que partilha o mesmo motor em Portugal. A versão V4 Rally é muito recente, foi lançada no final do ano passado. Com a aceitação que a marca alcançou na Europa, Brasil e EUA, não há stock. Fizemos uma encomenda à fábrica e esperei cerca de 4 meses – a minha foi a primeira e única no país por enquanto.
O que mais me impressiona nesta mota é a facilidade de utilização, o conforto, o motor e o design. Apesar de ser uma Big Trail com mais de 250 kg e um motor de 4 cilindros em V com 170 cv, tudo funciona na perfeição. Foi considerada por vários a mota mais bonita e eficaz do segmento.
Mea: Que projectos futuros podemos esperar desta parceria?
MAM: A Ducati será um dos patrocinadores do projecto Pod’Rolar, que consiste num Podcast de 11 episódios na primeira temporada e uma expedição aventura de mota a solo em que farei a volta ao país, levando um cheirinho de Angola para o mundo, com posterior documentário. Estamos bastante entusiasmados com este projecto; no início do ano apresentaremos a rota e mais detalhes.
Mea: Como definiria o perfil do consumidor angolano da Ducati?
MAM: A Ducati tem uma grande legião de fãs que estão divididos em três grupos: os que já provaram, os que ainda não tiveram coragem e os que não tiveram oportunidade para o fazer [risos]. A marca tem uma grande legião de fãs em Angola – basta vermos aos Domingos, quando há provas de Moto GP, a quantidade de adeptos que torcem pela Ducati. É uma marca de culto e, com esta desvalorização do Kwanza, todos os bens passaram a custar o dobro nos últimos tempos. Este é o motivo principal por não termos mais Ducati na estrada.