Egoísmo vs Altruísmo na perspectiva das marcas na Nova Economia
Existem dois adjectivos muito interessantes de se abordar e que espelham duas visões diferentes do papel das marcas na nova economia.
O primeiro é o Egoísmo que se define conceptualmente por amor próprio excessivo, que leva um indivíduo a olhar só para os suas opiniões, interesses e necessidades, e que despreza as necessidades alheias.
O egoísmo na perspectiva das marcas, reflecte o comportamento daquelas que só olham para si, para os seus interesses, querem apenas vender sem aprofundarem o seu conhecimento sobre o que as pessoas valorizam, querendo explorar uma necessidade ou uma condição.
Assim sendo, este posicionamento, cria relações meramente circunstanciais, sem lealdade e acaba por não criar qualquer vínculo de proximidade, o que muitas vezes se traduz num produto ou serviço desajustado da realidade (Ex: Preço, falta de comunicação, qualidade, formato).
No entanto, do lado oposto temos o Altruísmo que se caracteriza por uma atitude de amor ao próximo ou ausência de egoísmo. O altruísmo é considerado uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo como um princípio de moralidade.
A perspectiva altruísta das marcas é aquela em que as mesmas estão disponíveis para fazerem a diferença nas nossas vidas através do que propõem.
Atenção que este altruísmo das marcas não se limita a acções de filantropia ou responsabilidade social, mas sim, o prazer proporcionado aos consumidores através dos produtos ou serviços de qualidade, demostrando vontade de conhecer, do ponto de vista das necessidades presentes, futuras e superar as nossas expetativas.
Assim sendo, o que é que as marcas altruístas recebem em troca por parte dos consumidores?
A minha resposta é, Lealdade, Confiança e Compromisso, que na linguagem dos negócios se traduz em Dinheiro!
O dinheiro é o prémio que, enquanto utilizadores ou consumidores, atribuímos às marcas que melhor conhecem aquilo que valorizamos e que se preocupam com a nossa satisfação!
Do ponto de vista da construção de marcas na nova economia, acredito que o caminho a seguir é o de criarem marcas altruístas! Isto porque nós vivemos num país (Angola) que tem as suas próprias características, mas, com uma grande oferta de marcas egoístas.
Por isso, hoje em dia é difícil construirmos marcas sólidas sem que se pense de que forma as nossas marcas podem mudar e melhorar a vida das pessoas!
Existem um conjunto de características valorizadas nas relações interpessoais como, o compromisso de longo prazo, a qualidade, cultura, a inovação, ética, sustentabilidade, responsabilidade, o amor ao próximo que devem estar presentes em todo o processo de construção e gestão das marcas! Elas, cada vez mais, devem procurar espelhar uma forma de se estar na vida e não apenas uma forma de se ganhar dinheiro!
A opinião de Manuel Pinto de Andrade, Fundador e CEO da Way Solid, Lda e da Noboru Brands. O Manuel é um entusiasta do mundo das marcas, com mais de 10 anos de experiência em gestão de marcas internacionais no ramo alimentar e bebidas, e pode ser encontrado em LinkedIn.