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Angola: Marcas próprias na distribuição poderão crescer 20% até 2020

Estima-se que, até 2020, o peso das marcas próprias dos operadores do ramo da distribuição chegue aos 20%, adianta o estudo Tendências do Mercado Alimentar de Angola e Moçambique – Consumidor, Produto, Distribuição e Comunicação, que não antecipa com precisão a quota que as marcas próprias poderão atingir em Angola.

No mercado nacional, as marcas próprias começaram a dar os seus primeiros passos em de 2011, com iniciativas de operadores como PomarBelo (antes Pomobel), Maxi, Alimenta Angola e Deskontão, que definiram as suas estratégias de marca própria. Em 2014, o Kero introduziu o seu portefólio de produtos e, em 2017, o Candando também entrou na ‘corrida’.

O Kero começou em categorias mais focadas no alimentar, mas progressivamente tem lançado marcas em outras categorias, sendo que pretende responder a mais necessidades dos clientes com marcas próprias alternativas. A marca apresenta um design totalmente alinhado com os valores e cores do Kero, sendo composta por produtos do segmento alimentar, perecíveis e não perecíveis, contabilizando já mais de 150 referências.

Na extensa oferta de produtos, o Kero contemplou bens de primeira necessidade, como arroz, farinha, feijão e azeite, alimentos de preparação rápida, como rissóis ou croquetes congelados, artigos de confeitaria, fruta em calda, fermento, doces e rebuçados.

A visão de analistas de mercados mais maduros é que o desenvolvimento de marcas da distribuição pode acelerar a criação de alianças e parcerias entre produtores e distribuidores, encorajando ambos a investirem em soluções locais geradoras de desenvolvimento económico e social.

Na mesma senda actua o Candando Hipermercado, que tem nas suas prateleiras 80% das frutas e legumes comprados a fornecedores nacionais embaladas com a marca do Candando. “Quem visita as nossas lojas compra genuinamente o que é angolano, tem variedade de oferta, novidade e diversidade de produtos em todas as secções, além do ambiente agradável e um atendimento dedicado. Temos actualmente acordos com 80 produtores e aumentámos o nosso volume de produtos frescos nacionais em 85% de 2017 para 2018”, lê-se nas respostas, enviadas por e-mail, pela assessoria do hipermercado.

“Temos produtos originários de nove províncias, entre elas, Huíla, Benguela, Luanda, Malanje, Bengo, Huambo, Cuanza Sul e Zaire. Mantemos uma relação muito forte com os produtores nacionais. A sustentabilidade desta relação é feita no local com os produtores, com visitas regulares onde se estabelecem soluções e compromissos que solidifiquem a relação entre as empresas”, refere a fonte do Candando.

Ainda neste âmbito, destacam- se os contratos-programa com os produtores de frutas e legumes, em que o Candando assume o compromisso de absorver quantidades mínimas de produção. “As perspectivas para 2019 são de crescimento. Seja qual for o ambiente económico, temos a melhor equipa para fazermos de nós o melhor hipermercado de Angola”, refere.

A fonte oficial do Candando informa ainda que está definido um plano de campanhas regular em que dá visibilidade aos diferentes produtos frescos nacionais, de que é exemplo a Feira Pura Fruta, e pretende no futuro desenvolver mais produtos de valor acrescentado a partir de produtos frescos, potenciando desta forma soluções de conveniência para o cliente.

Há três pontos que qualquer retalhista deve ter em atenção na definição da estratégia para a sua marca própria : qualidade , competitividade e logística, sendo que lançar um produto sem ter em conta estes itens é rotulá-lo com um prazo de vida curto e seguramente contribuir para a criação de uma reputação negativa para quem o comercializa. Já do lado do consumidor, o retalhista terá de assumir um papel de provedor, sendo certo que a marca própria não pode nem deve ser só preço, mas também qualidade e terá que traduzir e interpretar a cultura local.

Crescimento à vista

Tomando como exemplo a África do Sul, é em categorias como as bebidas (alcoólicas e não alcoólicas), alimentos pré-cozinhados e básicos que se prevêem os maiores crescimentos da despesa media anual.

Assim, a realidade mundial face as marcas próprias e também tema de actualidade em Angola. Dessa forma, no que diz respeito aos produtores e a indústria há que realçar o desenvolvimento da indústria local, a crescente exigência na qualidade e segurança alimentar, o estabelecimento de parcerias de longo prazo e a gestão de custos e eficiência logística.

Créditos: Artigo publicado originalmente em Jornal Mercado

*Jornalista Edjaíl dos Santos

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