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Internacional: Chegou o momento de dissolver o Facebook!

Chris Hughes, co-fundador do Facebook, afirma que, após 15 anos, a empresa tornou-se demasiado grande e demasiado poderosa, de tal maneira que pode mesmo colocar em perigo a própria democracia. Num artigo de opinião publicado no The New York Times, Hughes, que está afastado da empresa há 10 anos, diz que chegou o momento de desfazer o monopólio da rede social mais popular do mundo.

Para Chris Hughes, o poder de influência de Mark Zuckerberg vai muito além de qualquer outra pessoa, no sector privado ou público, já que controla as três principais plataformas de comunicação – Facebook, Instagram e WhatsApp – utilizadas diariamente por milhares de milhões de pessoas. Zuckerberg, que detém cerca de 60% das acções com direito a voto, pode decidir sozinho como configurar os algoritmos do Facebook, determinando o que as pessoas podem ver no seu Feed de Notícias, que parâmetros de privacidade podem utilizar ou mesmo que mensagens vão receber.

Hughes relembra que os Estados Unidos da América são uma nação com tradição no controlo sobre os monopólios, independentemente das boas intenções dos seus líderes. Os mercados monopolistas ou demasiado concentrados, como acontece neste momento com as comunicações digitais ou social media, impedem a inovação, contrariando até a própria essência do Facebook, que no seu surgimento enfrentou a concorrência de plataformas como o Myspace, Friendster, Twitter, Tumblr, LiveJournal, entre outras.

O domínio do Facebook não é obra do acaso. O poderio financeiro permitiu que a empresa adquirisse as duas plataformas que mais estragos poderiam fazer à sua popularidade, o Instagram e o WhatsApp. Mas mesmo quando as aquisições não são possíveis, o Facebook utiliza a sua posição dominante para terminar com a concorrência, copiando a sua tecnologia como aconteceu com o Snapchat e o seu modelo de Stories e mensagens que se apagam automaticamente. Para além do número de utilizadores, a concentração do mercado também se faz sentir nas receitas de publicidade, com o Facebook a facturar 80% do valor do mercado, de acordo com estimativas de Chris Hughes.

Na opinião do antigo colega de quarto de Mark Zuckerberg, o Facebook deve ser separado em múltiplas empresas, e a Federal Trade Commission (Protecção do Consumidor) e o Justice Department (Departamento de Justiça, responsável pela aplicação da lei) devem trabalhar em conjunto na elaboração de leis antimonopolistas que revoguem a compra das plataformas Instagram e WhatsApp e que previnam futuras aquisições do género durante muitos anos.

Mas Chris Hughes vai mais longe ao dizer que actuar apenas ao nível do Facebook não é suficiente, é necessário criar uma agência, investida de poder pelo Congresso, que regule as empresas de tecnologia, e cuja principal missão deverá ser a protecção da privacidade.

No artigo, o empresário contrapõe os mais céticos que duvidam dos efeitos imediatos de nova regulação ou mesmo da tentativa de divisão do Facebook nos tribunais, defendendo que essas medidas pelo menos farão com que a sociedade desperte e haja uma maior supervisão ao sector, bem como uma mudança de atitude por parte das empresas.

Por fim, Chris Hughes assume a responsabilidade de não ter soado o alarme mais cedo, mas confessa que apenas acordou para o perigo do monopólio do Facebook em 2016, após o escândalo da Cambridge Analytica e das consequências do uso indevido dos dados dos utilizadores para influenciar o resultado das eleições americanas.

Créditos: Adaptado do artigo de opinião de Chris Hughes publicado originalmente em  The New York Times

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