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Angola: CNN entrevista João Lourenço

O programa da CNN, Marketplace Africa, cobre as grandes tendências que impactam a região e traça o perfil das principais indústrias e corporações do continente.

No último episódio do programa, a CNN apresenta uma reportagem de Luanda onde tenta apurar como Angola está a tentar diversificar a sua economia afastando-se do petróleo.

A jornalista Eleni Giokos entrevistou o Presidente Angolano João Lourenço, sobre as suas esperanças de tornar o país atractivo a investidores, numa altura em que Angola se classifica em 173º lugar na lista de 190 países do Relatório ‘Facilidade de Fazer Negócios’ do Banco Mundial.

“Angola atingiu os maiores níveis de corrupção, não no mundo, mas em África”, explicou o Presidente João Lourenço à CNN. “Sem mencionar nomes, temos vindo a tomar medidas para combater a corrupção, e obviamente, para além disso, combater também os monopólios.”

Ao reiterar este ponto, o Presidente mostrou a sua posição durante a entrevista: “Nós não aceitamos qualquer tipo de monopólio, seja qual for a família a quem pertencem, e é precisamente por isso que o nosso parlamento decretou uma lei contra os monopólios.”

Apesar da situação adversa que o país atravessa, medidas como os empréstimos do Fundo Monetário Internacional e a desvalorização da moeda, têm sido favoráveis para a economia de Angola.

“Esses esforços têm tido resultados bastante positivos,” adiantou João Lourenço. “A diferença entre a taxa oficial e a do mercado negro diminuiu imenso, porque quando assumimos o poder estava a 150% e, num período de menos de dois anos, desceu para 30%.”

Contudo, o Marketplace Africa apurou que lidar com as diferenças cambiais não tem sido fácil para o sector empresarial, e Angola enfrenta ainda desafios para se conseguir livrar da sua reputação de ser um país difícil para negócios.

José Severino, Presidente da Associação Industrial de Angola, descreveu as repercussões a longo prazo da Doença Holandesa – a dependência excessiva de uma indústria dominante – à CNN: “A comunidade internacional deve compreender que os 40 anos de uma administração que veio da guerra … Uma educação deficiente, serviços sanitários e de saúde deficientes. Agora, é difícil melhorar. Por isso, creio que continuamos a sofrer da Doença Holandesa, porque ainda somos grandes importadores.”

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