No início da pandemia muitos líderes de negócios questionavam se as alterações de consumo, que se verificavam naquele momento, muito aceleradas pela pandemia, seriam passageiras ou teriam um carácter duradouro. A pesquisa Global Consumer Insights Pulse da PwC, conduzida em Março deste ano, mostra que estas mudanças vieram para ficar, significando alterações impressionantes e históricas no comportamento do consumidor.
Aqui ficam algumas das ideias-chave que podem ser encontradas no relatório da pesquisa:
- A mudança para as compras online vai continuar, particularmente, entre aqueles que agora trabalham mais tempo, senão o tempo inteiro, em casa. Mesmo com o regresso à “vida normal”, e cada vez menos restrições ao nível da saúde pública, espera-se que muita gente continue a trabalhar a partir de casa, nem que seja apenas por mais algum tempo. E este grupo de pessoas mostra-se significativamente menos favorável a fazer comprar em lojas físicas, quando comparado com quem trabalha fora de casa, como aponta a pesquisa. Por isso as compras online deverão continuar a ganhar terreno em relação às compras em lojas físicas.
- Há um maior interesse na sustentabilidade, expresso pelos consumidores. Mas os dados também mostram que as empresas de bens de consumo e os retalhistas não devem superestimar essa “onda verde”. Apesar de existirem cada vez mais consumidores a afirmarem que são ecológicos, ainda há muitos que dizer não o ser. E a Geração Z, em particular, mostra ser principalmente aspiracional em termos de comportamentos ecológicos, não traduzindo esses ideais nos seus gastos. Porém, à medida que as empresas tornem as escolhas sustentáveis mais acessíveis e práticas, também os consumidores passarão do desejo à acção.
- Os consumidores serão mais cautelosos sobre aquilo que fazem “no mundo” fora de casa. Assim como o uso de máscara provavelmente se prolongará, até certo ponto, por mais tempo, mesmo depois da maioria das pessoas ter sido totalmente vacinada, também os consumidores permanecerão mais retraídos.
36% dos consumidores inquiridos afirmaram estar mais optimistas agora, em relação à economia, do que há um ano atrás. Como sempre, este optimismo prevalece na população mais jovem. No entanto, ninguém vai esquecer este período de mais de um ano dominado pela pandemia, que trouxe mudanças de comportamento, forçadas ou voluntárias, e que acabaram por se tornar num hábito. As empresas de consumo mais experientes estão atentas a estas mudanças e farão as suas próprias adaptações.
