A Descarbonização Em Angola: Desafios E Oportunidades
As empresas de exploração e produção de petróleo e gás precisam de estratégias mais amplas para atingir o Net Zero
Em Angola, um país onde a economia está fortemente vinculada ao sector petrolífero, a descarbonização apresenta desafios únicos. Num recente relatório da S&P Global Commodity Insights, focando-se no panorama das empresas de exploração e produção de petróleo e gás (E&P) nos Estados Unidos, são destacadas várias estratégias e insights que podem ser aplicáveis ao contexto angolano.
Angola, sendo um dos principais produtores de petróleo na África subsaariana, enfrenta o duplo desafio de diversificar a sua economia e, ao mesmo tempo, aderir aos compromissos internacionais de redução de emissões. As descobertas deste relatório sublinham a necessidade de se pensar para além das soluções rápidas e tradicionais.
O estudo baseado numa análise das estratégias de 30 empresas E&P norte-americanas demonstrou que muitas estão a optar por medidas de baixo custo e alto impacto, como eliminar a queima rotineira de gás e comprar créditos de mercado voluntário de carbono de alta qualidade.
Tais estratégias podem ser um ponto de partida para empresas angolanas. Entretanto, a transição para emissões líquidas nulas exige uma abordagem mais abrangente. A captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) foi identificada como uma solução fundamental para atingir essas metas ambiciosas. De acordo com o relatório, para limitar o aquecimento global aos limites acordados internacionalmente, o mundo precisa capturar mais de 8 mil milhões de toneladas métricas de CO2 por ano até 2050.
Algumas recomendações que podem ser adaptadas para o contexto angolano incluem:
1. Investigação e investimento em tecnologias emergentes que permitam a redução de emissões, como a captura direta de ar (DAC).
2. Fomentar a transição para fontes de energia renovável, explorando potencial eólico e solar de Angola.
3. Promover a investigação e desenvolvimento do hidrogénio verde, considerando as vastas reservas energéticas de Angola.
4. Estabelecer parcerias regionais para partilha de conhecimento e tecnologias em armazenamento de energia.
Porém, o mais importante é a colaboração. Angola pode aproveitar a sua posição no continente e a sua experiência no sector petrolífero para liderar discussões e iniciativas de descarbonização em África. Estabelecer diálogos com outras nações petrolíferas, organizações internacionais e empresas pode abrir caminho para soluções inovadoras e colaborativas.
O futuro é incerto, mas com planeamento estratégico, inovação e colaboração, Angola tem a oportunidade não só de atender aos seus compromissos ambientais, mas também de diversificar e fortalecer a sua economia.
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