A Amazon está a apostar na moda e depois da Levi Strauss, Gap e Victoria’s Secret, acaba de fechar um acordo com a Coach. Mas chegará para enfrentar a Shein?
A Amazon começou por vender livros, alargou a sua oferta à música e continuou pela electrónica, informática, artigos para o lar, ao cinema em streaming e muito mais. Acaba de reforçar a sua oferta na moda, ao fechar um acordo de distribuição com a Coach, a marca nova iorquina de carteiras e bolsas de senhora, acessórios e malas de viagem. Na mira deste avanço para o território da moda, estão as chinesas Shein e Alibaba.
Em 29 de Setembro, a Coach começou a vender na Amazon, onde outras marcas famosas do mundo do vestuário e da moda, como a Levi Strauss, Gap e Victoria’s Secret já marcam presença desde 2019.
Como muitos outros, o Coach tem uma landing page e um texto explicativo na página inicial do Amazon Fashion. Na Amazon, os compradores podem visualizar os produtos em 3D e percorrê-los. A Coach está disponível para entrega Prime e oferece alguns produtos no serviço “experimente antes de comprar” da Amazon.
A decisão da Coach de mudar da Taspestry, o site de moda americano, para a Amazon, pode fazer sentido. Apesar das vendas online da Coach terem tido um aumento de 3%, todas as outras marcas da Tapestry sofreram quedas: as vendas de Kate Spade caíram 10% e as vendas de Stuart Weitzman diminuíram 13%. A consequência? Neste momento, a Kate Spade também já tem uma loja de artigos domésticos na Amazon, enquanto a Stuart Weitzman é uma das poucas marcas que ingressou, em Julho, no marketplace da Shein.
“A Amazon tem um alcance enorme, e é por isso que muitas marcas querem vender no seu marketplace”, explicou Neil Saunders, analista de retalho da empresa de análise de dados GlobalData, em declarações à Digiday. “Embora nem sempre seja visto como um canal de luxo, muitos consumidores procuram itens de alta qualidade na Amazon e estão dispostos a comprar grandes marcas no site.” Em 4 de Agosto, a Amazon reportou vendas no segundo trimestre de 134,4 mil milhões de dólares, reclamando 230 milhões de clientes na América do Norte e mais de 310 milhões em todo o mundo.
“Embora a Coach tenha feito grandes progressos na melhoria da sua própria distribuição, ainda precisa de terceiros para aumentar o seu alcance”, adianta Saunders, referindo-se à mudança da marca para o canal Direct-to-consumer. “Os canais tradicionais, como as lojas de grandes armazéns, estão em declínio e são cada vez menos importantes “. E isto explica a opção pela Amazon.
Por sua vez, depois de vender apenas itens de beleza no mercado, a Victoria’s Secret expandiu sua presença na Amazon em Junho, adicionando 4.000 itens das marcas Victoria’s Secret e Pink à sua loja. A mudança marcou a primeira vez que a Victoria’s Secret ofereceu roupas através de um parceiro de retalho na América do Norte. Estilos selecionados também são oferecidos no programa “experimente antes de comprar” para membros Prime da Amazon.
Na época, Greg Unis, Diretor de Crescimento da Victoria’s Secret, disse: “A Amazon Fashion continua sendo uma extensão natural dos canais de propriedade [da marca]”.
Em 6 de Junho, Morris Goldfarb, presidente e CEO do G-III Apparel Group, disse, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre da empresa, que 20% do crescimento digital do grupo no trimestre veio principalmente das vendas da Amazon. O G-III Apparel Group é dono de Donna Karan e Karl Lagerfeld, entre outras marcas internacionais de moda.
“Nosso foco no desenvolvimento de vendas por meio de múltiplos canais de distribuição está a dar frutos”, disse Goldfarb. “Em particular, o nosso negócio digital superou o desempenho geral e as vendas através da Amazon quase triplicaram face ao primeiro trimestre do ano passado, com as encomendas de casacos, vestidos e sapatos.”
Para já, tudo parece correr de feição para a Amazon Fashion.
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