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Unisaúde Promove Debate Sobre Prevenção do Suicídio no Âmbito do ‘Setembro Amarelo’

Especialistas destacam a importância da consciencialização, do combate ao estigma e da acção conjunta da sociedade

A Unisaúde promoveu recentemente uma conversa entre especialistas em saúde mental para assinalar o “Setembro Amarelo” e discutir a problemática do suicídio e a sua prevenção. O evento, realizado no âmbito do Programa de Atenção Integral à Saúde (PAIS), contou com a participação da Dra. Renata Líbano, Médica de Família e Medical Manager na Unisaúde, Dra. Sandra Peu, Médica Psiquiatra e Presidente da AFATOM (Brasil), Dr. Francisco Cassule, Médico Psiquiatra e membro do Corpo Clínico do Hospital Penitenciário Psiquiátrico/MININT, e Dra. Massoxi Vigário, Psicóloga Clínica e Coordenadora do Programa de Saúde Mental.

Em Angola, o movimento do Setembro Amarelo teve início em 2015, marcado por rodas de conversa em várias províncias e palestras em escolas, empresas, bairros e igrejas. Apesar destes esforços, o estigma associado ao suicídio continua a ser um dos principais obstáculos, impedindo uma discussão aberta sobre o tema.

No Brasil, a campanha ganhou força em 2016, alcançando maior visibilidade através de parcerias com artistas e da iluminação de edifícios públicos. Esta estratégia contribuiu significativamente para aumentar a consciencialização sobre a importância da prevenção do suicídio.

Em Angola, além do estigma, a subnotificação apresenta-se como um problema significativo. Muitos casos de suicídio são erroneamente registados como acidentes de trânsito, especialmente entre jovens. Esta situação dificulta a elaboração de um perfil preciso e a formulação de intervenções eficazes.

O suicídio é reconhecido como um evento multifactor, mas quase sempre está relacionado com algum transtorno mental, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou dependência química. Esta ligação sublinha a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado das doenças mentais.

A rede de apoio desempenha um papel crucial na prevenção do suicídio. É fundamental que amigos e familiares estejam atentos aos sinais de alerta e ofereçam ajuda quando necessário. Esta vigilância pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Paralelamente, é essencial que os profissionais de saúde estejam bem preparados para identificar os sinais de risco de suicídio. O tratamento adequado, combinando abordagens psicofarmacológicas e psicoterapêuticas, pode salvar vidas. A formação contínua destes profissionais é, portanto, uma prioridade.

Durante o debate, surgiu um apelo para que cada indivíduo seja “luz na vida de alguém”. Esta metáfora enfatiza a responsabilidade colectiva de cuidar uns dos outros, mesmo que não sejamos profissionais de saúde. A prevenção do suicídio é uma tarefa que cabe a toda a sociedade.

O combate à “psicofobia”, termo que descreve o preconceito contra doenças mentais, foi outro tópico abordado. É crucial trabalhar para desmistificar estes transtornos e mostrar que são tratáveis como qualquer outra condição de saúde. A educação e a sensibilização do público são ferramentas essenciais nesta luta.

Os especialistas presentes no debate concordaram que a prevenção do suicídio requer um esforço conjunto da sociedade, incluindo profissionais de saúde, famílias, comunidades e instituições. A consciencialização, a educação e o acesso a cuidados de saúde mental adequados são elementos cruciais nesta luta. O “Setembro Amarelo” surge assim como uma oportunidade valiosa para promover o diálogo e a acção em torno desta importante questão de saúde pública.

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