(Des)Igualdade de Género nas Empresas: Progressos Frágeis e Desafios Constantes
Relatório destaca desafios persistentes e a necessidade de esforços contínuos para alcançar a verdadeira paridade de género no ambiente empresarial
O relatório “Women in the Workplace 2024”, desenvolvido pela LeanIn.Org e McKinsey & Company, marca o 10.º aniversário desta análise abrangente sobre a representação e as experiências das mulheres no ambiente corporativo dos Estados Unidos. Este estudo, que envolveu mais de 1.000 empresas e 480.000 indivíduos ao longo de uma década, revela que, apesar de alguns avanços, a igualdade de género no mundo corporativo ainda está longe de ser alcançada.
Em 2024, a pesquisa contou com a participação de 281 organizações, representando mais de 10 milhões de empregados, e mais de 15.000 mulheres foram entrevistadas, incluindo mulheres negras, LGBTQ+ e com deficiências. O estudo revela tanto progressos como fragilidades nas conquistas das mulheres no mundo corporativo.
Uma das principais conclusões do relatório é que a presença de mulheres em cargos de liderança tem vindo a aumentar, com 29% dos cargos de C-suite (alta administração) a serem ocupados por mulheres, contra apenas 17% em 2015. No entanto, apesar deste progresso, o relatório alerta que a trajetória é frágil. As mulheres de cor continuam a enfrentar uma sub-representação significativa, ocupando apenas 7% das posições no C-suite, enquanto as mulheres brancas representam 22%.
O relatório também aponta que as mulheres enfrentam grandes desafios logo no início das suas carreiras. A primeira promoção para cargos de gestão continua a ser uma barreira significativa, particularmente para mulheres negras e latinas. Em 2024, por cada 100 homens promovidos a cargos de gerente, apenas 81 mulheres alcançaram a mesma promoção, o que perpetua um ciclo de sub-representação em níveis mais elevados.
Outro ponto preocupante destacado pelo estudo é a diminuição do compromisso das empresas com a diversidade de género. Embora muitas organizações tenham implementado práticas para tornar as contratações e avaliações mais justas, apenas uma minoria das empresas adotou todas as recomendações dos especialistas. Além disso, observou-se uma diminuição nos programas de desenvolvimento de carreiras e recrutamento focados em mulheres e minorias.
As mulheres, especialmente as que pertencem a minorias como LGBTQ+ e mulheres com deficiências, continuam a lidar com microagressões e dúvidas sobre a sua competência no local de trabalho. O assédio sexual permanece uma questão significativa, com as mulheres mais jovens a enfrentar estas situações tanto quanto as mulheres mais velhas.
O relatório “Women in the Workplace 2024” conclui que, para garantir progressos mais sólidos, as empresas devem investir de forma contínua em programas que apoiem o desenvolvimento das mulheres, particularmente as de cor. A inclusão de práticas rigorosas de contratação e promoção equitativas, assim como o apoio ao trabalho flexível, são essenciais para reter talentos femininos. Além disso, é crucial capacitar gestores para promover ambientes inclusivos e assegurar que os esforços de diversidade se traduzam em acções concretas.