Apesar do Estatuto de “Instituição Confiável”, Empresas Enfrentam Desafios
As empresas lideram em confiança global, mas enfrentam pressões para equilibrar ética, resultados e expectativas sociais
As empresas continuam a ser a instituição em que os cidadãos mais confiam globalmente, revelou o mais recente estudo Edelman Trust Barometer 2025. O relatório, que analisa a confiança nas instituições em 28 mercados, indica que 62% dos inquiridos confiam nas empresas para “fazer o que é certo”, superando outras instituições como governos, organizações não-governamentais e meios de comunicação social.
A análise, que reuniu mais de 33 mil entrevistados entre Outubro e Novembro de 2024, destaca uma melhoria significativa na percepção da ética empresarial desde 2020, com um aumento de 19 pontos percentuais.
No entanto, o estudo revela que as expectativas dos cidadãos face às empresas são cada vez mais exigentes. Cerca de 85% dos inquiridos consideram que é obrigação das empresas fornecer empregos bem remunerados, enquanto 84% esperam que estas invistam na formação e requalificação dos trabalhadores para as competências do futuro.
O relatório identificou ainda um factor preocupante: cerca de 61% dos entrevistados manifestam algum nível de descontentamento em relação aos negócios, governo e classes mais abastadas. Este descontentamento tem um impacto directo na confiança – os indivíduos mais descontentes consideram as empresas 81 pontos menos éticas e 37 pontos menos competentes.
A desigualdade na confiança entre diferentes grupos de rendimento também é significativa, sendo particularmente acentuada em países como a Tailândia, Arábia Saudita e Indonésia.
Quanto ao papel dos líderes empresariais, o estudo indica que as acções dos CEO são vistas como justificadas quando têm um impacto positivo significativo no desempenho do negócio ou quando corrigem problemas causados pela própria empresa.
O Edelman Trust Barometer 2025 recomenda que as instituições abordem o descontentamento com transparência e foco nos benefícios para a sociedade, destacando a necessidade de uma colaboração multissectorial para reconstruir a confiança e estimular o optimismo económico.