Marketing Digital e Inteligência Artificial em Debate nas FestiTalks

O marketing digital no contexto angolano e o impacto da inteligência artificial (IA) nos meios de comunicação fizeram parte das discussões no primeiro dia das sessões das FestiTalks, parte integrante do FestiPub, que decorre até amanhã em Luanda.

Marketing Digital como Motor de Crescimento Empresarial

Na mesa redonda “Marketing Digital – Como fazer a diferença”, Edson Azevedo, André Cardiga e Daniel Silva, exploraram os desafios e oportunidades do marketing digital em Angola. Durante a discussão, os especialistas salientaram que muitos clientes chegam com ideias pré-concebidas, sem considerar questões fundamentais para a sua estratégia digital. “O marketing digital é uma ferramenta que deve atender ao objectivo principal do cliente: aumentar seu negócio”, como referiu um dos oradores.

O debate abordou a necessidade de alinhar estratégias digitais com objectivos comerciais, apontando desafios específicos do mercado angolano, particularmente na conversão para marcas de consumo. Foi destacado que cada rede social tem o seu propósito: “O Facebook é adequado para produtos de consumo em massa, enquanto o Instagram atende a marcas mais aspiracionais”.

A mesa redonda incluiu a partilha de experiências no sector das bebidas, destacando as mudanças no comportamento digital dos consumidores após a pandemia. “Os clientes continuam a buscar resultados, mas muitas vezes têm dificuldades em definir objectivos claros no digital. É essencial construir uma estratégia que abranja o funil de vendas”, explicou um dos participantes.

Os painelistas sublinharam ainda a importância da literacia em métricas digitais, notando que nem todos os decisores estão familiarizados com ferramentas analíticas. Na discussão sobre média tradicional versus digital, concordaram que, embora a televisão mantenha um alcance significativo, o digital oferece vantagens únicas em segmentação e medição de resultados.

IA: O Futuro da Comunicação

William Oliveira apresentou uma palestra sobre os impactos e desafios da inteligência artificial nos meios de comunicação, defendendo a necessidade de compreensão profunda da tecnologia e das suas implicações éticas.

Segundo William Oliveira, a IA está a transformar a comunicação, desde a automação de notícias até a personalização de conteúdo. “A IA permite criar experiências altamente segmentadas, mas a qualidade dos resultados depende directamente da qualidade dos dados inseridos nos sistemas”, alertou.

Também foram destacados os dilemas éticos associados à IA, como questões de privacidade, segurança da informação e desinformação, com especial atenção ao fenómeno das fake news e tecnologias como o deepfake. “É fundamental que os profissionais da área adoptem uma postura crítica para garantir o uso ético e responsável da IA”, enfatizou.

Concluindo a sua intervenção, William Oliveira reforçou que a IA é uma ferramenta indispensável para o futuro do mercado de trabalho e da comunicação, mas o seu uso exige um entendimento sólido das suas capacidades e limitações, para que possa ser utilizada de forma construtiva e informativa.

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