Relatório do World Economic Forum Revela Transformação no Mercado de Trabalho até 2030
O mercado de trabalho está a transformar-se rapidamente, impulsionado por tecnologia, sustentabilidade e requalificação
O mais recente relatório “Future of Jobs Report 2025” do World Economic Forum revela que, até 2030, serão criados 170 milhões de novos postos de trabalho, enquanto 92 milhões serão eliminados, resultando num crescimento líquido de 78 milhões de empregos a nível mundial.
Esta transformação está a ser impulsionada por cinco grandes forças: a mudança tecnológica, com destaque para a inteligência artificial generativa e a robótica; a transição verde, que está a criar empregos em áreas como energia renovável e veículos eléctricos; a fragmentação geoeconómica, que afecta as cadeias de abastecimento; a incerteza económica, marcada pela inflação e pelo aumento do custo de vida; e as mudanças demográficas, com o envelhecimento da população nas economias desenvolvidas.
No que diz respeito às profissões em crescimento, o relatório destaca várias áreas-chave. Na tecnologia, prevê-se forte procura por especialistas em Big Data, engenheiros de fintech e especialistas em inteligência artificial. A economia verde será responsável pela criação de postos de trabalho para engenheiros ambientais e especialistas em energia renovável. O sector dos cuidados pessoais e a educação também registarão um crescimento significativo, impulsionados pelo envelhecimento populacional e pelo aumento da população jovem, respectivamente.
Em contrapartida, as funções administrativas e burocráticas enfrentarão um declínio acentuado. Profissões como caixas, secretários, operadores de entrada de dados e atendentes de transporte serão particularmente afectadas pela automatização.
O relatório sublinha ainda que 39% das competências actuais estarão desactualizadas ou transformadas até 2030. As empresas estão a responder a este desafio com forte investimento na requalificação dos seus colaboradores, com 85% dos empregadores a planearem focar-se no “upskilling” e “reskilling” das suas equipas.
No campo salarial, mais de metade dos empregadores (52%) prevê aumentar a proporção das suas receitas destinada a salários até 2030, principalmente devido à competição por talentos em áreas especializadas como inteligência artificial, análise de dados e cibersegurança.
O documento conclui com um apelo à acção multissectorial, destacando a necessidade de requalificação em massa para colmatar lacunas de competências, a integração responsável da inteligência artificial para aumentar a produtividade, e o alinhamento das estratégias de sustentabilidade com iniciativas de equidade social.