SHAKA ILEMBE: “Maior Série Dramática De Sempre Do Multichoice Group”

África tem muitas histórias para contar, mas nem sempre elas chegam aos ecrãs da TV ou do cinema. A MultiChoice quer mudar isso com “SHAKA ILEMBE”, por isso quisemos saber mais sobre este novo projecto.

Em entrevista exclusiva, Marcus Valdez, Director Geral da MultiChoice Angola partilhou connosco as motivações, aspirações e o impacto cultural que a série tem não apenas em Angola, mas em todo o continente africano.

Qual foi a principal motivação da Multichoice para investir tão fortemente numa produção como “SHAKA ILEMBE”?

Marcus Valdez: Contar uma história de herança africana. Todos aqueles que viveram a sua infância nos anos 80 lembram-se da primeira versão e acreditamos que apesar de ser uma série africana terá muita visibilidade internacional. No centro da história de Shaka Ilembe está a actriz Nomzamo Mbatha, que equilibra as suas responsabilidades de produtora executiva com a realização de uma ambição de toda a vida de interpretar a amada mãe do rei Shaka, a rainha Nandi. Toda esta paixão reflecte-se na qualidade final da série.

Qual é a mensagem ou o propósito central por trás desta produção?

M.V.: Esta série fala, não apenas da herança da Nação Zulu, mas também do fascínio que o mundo sempre teve pelo Rei Shaka. Fala aos africanos que são donos das histórias que os seus antepassados viveram. E celebra o facto de, muito antes do colonialismo, e para além das páginas da história, ter havido uma era antiga e majestosa de reis e rainhas africanos, guerreiros, curandeiros e líderes que viveram, amaram, governaram, lutaram e, acima de tudo, consolidaram um legado e cultura que perdura até hoje. Além disso, a série foi filmada em isiZulu, por isso carrega uma identidade linguística distinta, mas é legendada em vários idiomas para que públicos de todo o mundo possam apreciá-la.

Em termos de magnitude, como se compara “SHAKA ILEMBE” a outras produções anteriores da Multichoice em geral?

M.V.: Esta é a maior série dramática de sempre do MultiChoice Group, exibida em horário nobre e oferece ao público em todo o mundo a oportunidade de mergulhar numa rica história dinástica africana, ambientada em 1700.  Para além disso tem um leque dos mais carismáticos actores sul africanos para referir alguns, Lemogang Tsipa, Senzo Radebe, Wiseman Mncube, Thembinkosi Mthembu e Mondli Makhoba ao lado das poderosas actrizes Khabonina Qubeka, Sthandiwe Kgoroge, Dawn Thandeka King e a estrela em ascensão Hope Mbhele. Enquanto isso, no papel do rapaz destinado a ser Rei, está o talentoso jovem estreante Ntando Zondi, cujo talento prodigioso foi descoberto durante as filmagens da série.

Só para referir alguns números, foram contratados 250 actores, uma equipa de produção de 900 pessoas e mais de 10.000 figurantes para reproduzir a época. Partes da série foram filmadas num backlot /cenário real, especialmente construído para o efeito, perto do monumento natural considerado Património Mundial da UNESCO “O Berço da Humanidade”, onde os showrunners nomeados ao Emmy e à Academia, Bomb Productions, receberam o Rei da Nação Zulu, Sua Excelência Misuzulu kaZwelithini, durante uma visita especial ao cenário Real para ver em primeira mão o nível de detalhe e cuidado que foi empregado para garantir a autenticidade do set.

De que forma “SHAKA ILEMBE” reflecte, celebra ou reinterpreta aspectos da cultura africana? Que elementos culturais específicos foram incluídos ou destacados na produção?

M.V.: Como referiu Nomzamo Mbatha, actriz e produtora da série, esta série é rica em profundidade e foi filmada em 4K numa escala tremenda que alimenta a narrativa. Da feroz coreografia do campo de batalha e da precisão meticulosa do guarda-roupa à ressonância do argumento, a qualidade é notável. E embora esta seja uma história fictícia, é inspirada em eventos, pessoas e lugares reais. Para além disso, como mencionou Mauro Black, Director de Conteúdo, Vendas e Distribuições da MultiChoice Studios, “Os compradores internacionais são criteriosos sobre o que trarão às suas audiências locais do mercado mundial de TV. Assim, e desde o início, SHAKA ILEMBE foi criado para unir a imensa profundidade da história Zulu oral, escrita e ilustrada na estrutura de um drama no horário nobre com enorme assistência. O resultado é um título profundamente significativo, mas verdadeiramente agradável, que deverá conquistar fãs em mercados tão diversos como África, Caraíbas, Europa, Ásia e Américas.”

Angola tem uma rica herança cultural e histórica. Como é que “SHAKA ILEMBE” pode influenciar ou moldar o cenário da produção cinematográfica e televisiva em Angola?

M.V.: O que é interessante na indústria criativa é que serve de inspiração e abre espaço para outros artistas, técnicos, profissionais do sector. Quantos realizadores não descobriram o seu propósito depois de verem um filme que os marcou?

Esperamos sim que possa inspirar, não apenas os produtores de conteúdo, mas também anunciantes e marcas a apoiarem a produção.

Do nosso lado, para além da produção, estamos também a ajudar jovens criativos a melhorarem a sua qualidade técnica e teórica, através do nosso programa de responsabilidade social, MultiChoice Talent Factory. Já formámos 5 profissionais angolanos, temos 2 neste momento na Zâmbia e na próxima semana iremos fazer as entrevistas para a selecção da próxima turma. Dos anteriores formados, um foi realizador de uma série produzida em Angola, Njila, para o canal Kwenda Magic e esta série foi nomeada para os prestigiados prémios Africa Magic Viwers Choice Awards, por isso acreditamos que estamos no bom caminho.

“SHAKA ILEMBE” poderá influenciar futuros cineastas e produtores angolanos na criação das suas próprias histórias? Esse é um objectivo?

M.V.: No ano em que completamos 25 anos de presença em Angola é uma honra para a DStv Angola poder inspirar angolanos e africanos em geral com esta mega produção. Numa altura em que África é cada vez mais atractiva, pela sua população jovem, cujo poder de compra tem potencial de crescimento significativo, é importante demonstrarmos a qualidade das nossas estórias e reforçarmos que a MultiChoice Africa, enquanto maior contador de estórias de África, leva esse compromisso muito a sério. A capacidade da MultiChoice para continuar a inovar conteúdos deste alcance neste setor resulta dos esforços do seu pessoal em construir um negócio altamente competitivo e dinâmico.

Podem destacar algumas colaborações significativas ou parcerias que foram fundamentais para a realização de “SHAKA ILEMBE”?

M.V.: Esta produção ganhou o apoio de quatro das maiores marcas de África do Sul (Telkom, LottoStar, Grant’s Whisky, Toyota SA e Santam) que assinaram como parceiros comerciais poucos dias depois de assistirem á antestreia da série. Além disso, o director criativo nomeado ao Óscar e ao BAFTA, Angus Gibson, e a produtora executiva vencedora do Sundance Festival, Desiree Markgraaff, aproveitaram o melhor do talento de África do Sul, incluindo o aclamado músico zulu Mbuso Khoza, cuja habilidade e visão impulsionam a trilha sonora da série.

No contexto do mercado de entretenimento africano, que papel a Multichoice espera que “SHAKA ILEMBE” desempenhe nos próximos anos?

M.V.: O Grupo olha para esta produção como uma poderosa exportação cultural de África. Esta é uma série épica, contada numa escala épica e destinada a manter o público atento com enredos fortes, visuais impressionantes, uma trilha sonora evocativa e uma variedade de performances poderosas, acreditamos que é uma história legitima para os mercados mundiais.

Dado o grande investimento em “SHAKA ILEMBE”, como a DStv Angola planeia promover e distribuir esta produção localmente?

M.V.: Localmente iremos usar o nosso canal Kwenda Magic mas a nível internacional, através do nosso braço de vendas e distribuição do negócio, a MultiChoice Studios, o grupo está a trabalhar arduamente para apresentar a série a compradores internacionais nos mercados cinematográficos de Cannes a Los Angeles, com base numa lista crescente de exportações de produção original da MultiChoice, incluindo Reyka, indicada ao Emmy e Trackers cujo autor foi Deon Meyer.

Quais são as expectativas da DStv Angola e da Multichoice em relação à recepção do público angolano a “SHAKA ILEMBE”?

M.V.: Estamos muito entusiasmados com a adesão porque sabemos que é uma história que os angolanos conhecem muito bem. São 12 episódio muito ricos, com uma interpretação ficcional de eventos históricos muito bem concebida, com uma qualidade de imagem excepcional. As paisagens do país ( a série foi filmada na África do Sul), também têm um papel importante para manter a audiência agarrada ao ecrã

Há planos para futuras produções desta escala ou até mesmo sequências de “SHAKA ILEMBE”?

M.V.: Pela fantástica recepção que recebemos nos mercados em que a série está a passar,  acreditamos que é um investimento com grande potencial de sucesso e expansão. É ficarem atentos ao futuro que ainda há muitas histórias africanas para contar.

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