OPINIÃO

10 Tendências De Branding Para 2024: A Era Da Autenticidade

Por António Páscoa

Num mundo cada vez mais saturado de mensagens de marketing e publicidade, 2024 prenuncia ser o ano em que as marcas que ousam ser honestas, autênticas, responsáveis e, acima de tudo, humanas, se vão destacar. Nos últimos anos os profissionais de marketing têm vindo a enfrentar um paradigma sem precedentes, a era digital, repleta de inovações e interações instantâneas, exige uma nova abordagem ao branding. O consumidor moderno, munido de um cepticismo saudável e uma aversão crescente ao “bullshit“, valoriza os diálogos honestos e mensagens que não só vendam, mas que também signifiquem algo.

O consumidor de hoje, armado com acesso alargado à informação e uma capacidade ampliada de influenciar e ser influenciado, espera das marcas algo mais do que meras transações. Ele busca autenticidade, um senso de propósito e, acima de tudo, uma ligação humana mais genuína. Neste cenário, dez tendências têm vindo a emergir, não como meras previsões, mas como o manual actualizado para as marcas que desejam não apenas sobreviver, mas prosperar.

  1. A transparência e a autenticidade tornaram-se as pedras angulares da construção de marca. As marcas que prosperarão em 2024 são aquelas que se atrevem a revelar sua verdadeira essência, não apenas em momentos de triunfo, mas também de vulnerabilidade. Esta honestidade não só constrói confiança, mas também forja uma relação real com o público. O consumidor de 2024 valoriza a sinceridade, preferindo marcas que não mascaram suas falhas, mas que as reconhecem e aprendem com elas.
  2. A sustentabilidade e a responsabilidade social, outrora vistas como bónus, agora são imperativas. O público exige mais do que palavras bonitas sobre o meio ambiente ou causas sociais; eles querem provas, ações relevantes e tangíveis que mostrem um compromisso genuíno com a mudança. As marcas devem integrar esses valores no seu DNA, demonstrando como as suas operações contribuem positivamente para o mundo ou para a comunidade, dependendo da sua ambição e da sua estratégia.
  3. Na era da personalização, as expectativas dos consumidores alcançaram novos patamares. A experiência personalizada não é mais um luxo, mas uma expectativa. A utilização de dados e inteligência artificial para adaptar as experiências, produtos e comunicações não só satisfaz este desejo, mas também eleva a relevância da marca na vida do consumidor.
  4. Construir uma marca hoje significa nutrir uma comunidade. As marcas mais bem-sucedidas serão aquelas que criarem espaços para que seus consumidores se expressem, compartilhem e se conectem. Estas comunidades não são apenas grupos de clientes, mas sim embaixadores da marca, cuja lealdade e advocacia são inestimáveis.
  5. O branding multissensorial surge como uma maneira de capturar a atenção em um mundo saturado de estímulos. As marcas que conseguem envolver não apenas a visão, mas também o tacto, o olfato, o paladar e a audição, oferecem uma experiência verdadeiramente imersiva e memorável, ampliando significativamente o impacto emocional e psicológico das suas mensagens. São experiências profundas que não só capturam a atenção de forma mais eficaz, mas também são mais propensas a serem compartilhadas, tanto pessoalmente quanto nas redes sociais, ampliando o alcance da marca.
  6. A inclusão e a diversidade deixaram de ser apenas tópicos de discussão para se tornarem práticas essenciais no branding. As marcas que reflectem e celebram a diversidade humana em todas as suas formas não só ganham o respeito do público, mas também demonstram um entendimento profundo da sociedade contemporânea.
  7. Num mundo onde o digital predomina, o branding digital-first já não é uma opção, mas uma necessidade, neste cenário, a experiência digital não é um complemento à estratégia de marca, mas sim o seu núcleo, influenciando todas as decisões, desde o design da identidade visual até à criação de conteúdo e a interacção com os seus públicos. As marcas devem nascer prontas para se adaptar e fluir entre o físico e o digital, garantindo que sua presença online seja tão tangível e impactante quanto sua presença física. Uma mudança fundamental na abordagem da construção e gestão de marcas na era digital.
  8. O storytelling imersivo permite às marcas contar suas histórias de maneiras que transcendem o tradicional, utilizando tecnologia para criar narrativas que permitem aos espectadores não apenas observar, mas participar e viver a história, ao contrário das formas tradicionais de contar histórias, que dependem principalmente de texto ou discurso. Este tipo de storytelling é uma resposta à saturação digital e à diminuição dos tempos de atenção, oferecendo uma maneira mais envolvente e memorável de capturar o interesse do público. Ao envolver os espectadores numa experiência narrativa rica e multidimensional, as marcas, os educadores e os contadores de histórias podem gerar uma ligação emocional mais profunda, aumentar a retenção de informações e incentivar a ação.
  9. A adaptabilidade e a agilidade tornaram-se atributos cruciais. Num mundo em constante mudanças, sejam tecnológicas, de comportamento de consumidor ou de opinião pública, as marcas que conseguem aprender e adaptar-se rapidamente, antecipando tendências e ajustando estratégias, não apenas sobrevivem, mas também lideram a própria mudança posicionando-se à frente dos seus concorrentes e moldando o futuro do seu sector.
  10. Por fim, a segurança de dados e a privacidade são mais do que apenas questões legais; são a base da confiança do consumidor. As marcas que protegem os dados de seus consumidores demonstram um respeito profundo pela individualidade e pela privacidade, fortalecendo o relacionamento com seu público.

À medida que 2024 se desdobra, estas tendências de branding não são meramente aspiracionais; elas são uma bússola para um futuro em que a marcas e os consumidores compartilham uma relação mais honesta, verdadeira, responsável e, acima de tudo, humana. As marcas que abraçarem esses princípios não apenas ganharão a lealdade dos consumidores, mas também definirão o padrão de excelência num mundo que, cada vez mais, rejeita a “mesmice” e o superficial em busca de significado e conexão.

António Páscoa dirige a Isenta, uma agência de comunicação com foco em gestão de reputação. Já trabalhou em Portugal, Brasil e Angola. Em Angola já foi Director Criativo da Executive Center, Director de Marketing da Tv Zimbo, Professor no Mestrado de Marketing e Publicidade da Universidade Gregório Semedo. Conta com diversos prémios publicitários, entre eles um Leão Titanium no Festival de Publicidade de Cannes.

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